quinta-feira, 26 de fevereiro de 2009

Sauna traz benefícios para uma vida saudável?


Freqüentar a sauna para muitas pessoas é considerado um hábito que traz diversos benefícios para a saúde। No entanto, o que poucos sabem é que ficar exposto ao calor destas salas não representa um tratamento para o nosso organismo. A sauna pode, sim, ser considerada uma forma de lazer, além de uma alternativa para desestressar. "A sauna é saudável porque promove o relaxamento muscular, mas não há nenhum trabalho científico que comprove os benefícios dela para a saúde", explica André Pedrinelli, ortopedista especializado em medicina do esporte।Outro possível ponto positivo da sauna está relacionado ao coração. "A sauna úmida provoca um trabalho cardíaco mais forte, já que a pessoa tem dificuldade em transpirar devido à grande umidade do ambiente. Mas, isso não pode de forma alguma ser considerado um exercício aeróbico, não promove melhoras significativas do condicionamento cardiovascular", explica Pedrinelli.Uma crença muito forte diz que, por meio da transpiração, a sauna promove uma limpeza dos poros. De acordo com a dermatologista da Unifesp Samira Yarak, isso é apenas um mito. "Não há melhorias na pele, pelo contrário, o calor, por causar a dilatação dos vasos e das glândulas, deixa a pele vermelha, com o aspecto de irritada", explica.Há ainda outro "inimigo dermatológico" presente nas saunas, os fungos. "Corre-se o risco de pegar uma micose", afirma Samira. E, ainda, para quem tem cabelos oleosos, o calor agrava o problema. "O vapor quente piora a seborréia", diz a dermatologista.Para Oliver Nascimento, pneumologista da Unifesp, as saunas promovem benefícios em casos de congestionamento nasal, uma vez que o vapor ajuda a dissolver a secreção. Mas para doenças crônicas, como bronquite e asma, não há nenhum efeito positivo comprovado. "A sauna não é contra-indicada, mas também não é uma orientação médica", relata.Contra-indicaçõesAlgumas pessoas podem se sentir desconfortáveis quando expostas ao calor presente nas saunas. Isso ocorre principalmente com quem possui pressão baixa e em pacientes com problemas cardíacos. Esses dois grupos devem evitá-la.Outra contra-indicação, segundo André Pedrinelli, é para as pessoas que irão passar por um grande desgaste físico. "Não dá para fazer sauna no mesmo dia que for participar de uma competição, porque ela desidrata e relaxa o atleta", explica."A sauna, assim como qualquer coisa quente, é um vasodilatador", afirma Walter Campos Jr., angiologista do Instituto H. Ellis. Por isso, quem possui varizes também deve evitar essa prática. "As varizes não irão aumentar, mas os sintomas, como o inchaço, sim", diz o angiologista.Uma prática culturalMesmo com os questionamentos sobre os benefícios da sauna, é grande o grupo de pessoas que não abre mão de gastar uns minutos no calor de uma sala fechada. Este é o caso do consultor em tecnologia da informação Fernando Berci Luiz, 25 anos. "Depois da sauna, a pele fica mais lisa, me sinto mais leve, com as energias repostas. É relaxante. Não sei se isso é psicológico, mas é a sensação que tenho", descreve."A sauna é cultural. Se a pessoa gosta e se sente bem, não vejo nenhum problema. Mas não há porque prescrevê-la para um paciente", define Pedrinelli.


Redação Terra
http://saude.terra.com.br/interna/0,,OI2037814-EI1521,00.html

terça-feira, 10 de fevereiro de 2009

Saiba se sua cintura é um risco à saúde



Pegue uma fita métrica e a envolva ao redor de sua cintura - mais exatamente na altura do umbigo. Ficou espantado com o resultado da medida? Então, saiba que uma barriguinha saliente não é apenas algo antiestético, ela também pode ser um sinal de que seu corpo está em perigo.» Saiba mais sobre a pesquisa publicada no 'New England Journal of Medicine'» Conheça os riscos da "falsa magreza"» Opine: o que fazer A relação da gordura abdominal com problemas de saúde não é bem uma notícia nova. Mas um estudo recém-publicado na revista acadêmica New England Journal of Medicine e desenvolvido durante 10 anos com 360 mil pessoas, de nove países, pode ser a prova de que o tamanho da cintura seja mesmo até mais nocivo do que o IMC (o índice de massa corporal) reconhecido internacionalmente para avaliar o grau de obesidade.Segundo um dos resultados do estudo, há um aumento do risco de morte cada vez que a medida da cintura se amplia em cinco centímetros. Ou seja, comparando duas pessoas com o mesmo IMC, cada cinco centímetros a mais de cintura aumenta em 17% as chances de morte em homens e em 13%, em mulheres. (Leia mais sobre a pesquisa no link acima).Mas, afinal, qual a medida considerada perigosa?A circunferência máxima para homens e mulheres é algo que ainda gera questionamentos no mundo médico. De forma geral, a maioria dos profissionais no Brasil estabelece como limites os 94cm para eles e 88cm para elas."As medidas servem para nortear um diagnóstico. Mas não dá para se basear somente nelas e achar que basta perder um centímetro do limite para estar saudável ou ganhá-lo e, assim, passar para o grupo de risco", esclarece o endocrinologista Marcio Mancini, presidente da Associação Brasileira para o Estudo da Obesidade e da Síndrome Metabólica (ABESO).O certo é que a cintura larga, de acordo com Márcio Mancini, é sim um indicativo claro de que algo não anda bem com a saúde. Por isso, o mais sensato é correr para um consultório para saber se as conseqüências da gordura visceral (aquela que se abriga entre os órgãos na região do abdome) já começaram a surtir efeitos no seu corpo. Diferente da gordura subcutânea (aquela que se abriga sob a pele e é responsável, entre outros danos, pelo surgimento das dobrinhas, culote e celulite), a gordura visceral produz substâncias que agem contra importantes reguladores do funcionamento do organismo e que podem desencadear doenças. O acúmulo de gordura na cintura pode afetar, por exemplo, a ação da insulina - e isso é o que explica a crescente taxa de diabetes tipo 2 na população obesa. Aliás, esse e outros desequilíbrios provocados tendem a desencadear o que os médicos chamam de síndrome metabólica."O critério para definição da síndrome é a presença de duas ou mais das seguintes alterações: aumento de triglicérides, elevação da pressão arterial, nível de HDL (colesterol bom) baixo e aumento da taxa de glicemia (os níveis de açúcar no sangue)", define a endocrinologista Ana Paula Teni Ragonlia. E, segundo a especialista, o conjunto desses diagnósticos - além da própria gordura que promove o entupimento dos vasos sanguíneos - aumenta drasticamente a probabilidade de doenças cardiovasculares, como o enfarte.Cinturinha de pilãoA cartilha de qualidade de vida está disponível a todos e só não a segue quem ainda prefere ignorar os efeitos de uma rotina sedentária. O fato é que, se você relaxou e agora só enxerga a famosa "barriga de cerveja" (no caso dos homens) ou aquele corpo em formato de maçã (nas mulheres) tem que arregaçar as mangas e partir para a ação."Mudanças nos hábitos alimentares e a prática de atividades físicas são essenciais. E, se a pessoa não demorou muito para decidir combater a gordura abdominal, o quadro de diabetes, por exemplo, pode ser revertido", explica Márcio Mancini, presidente da ABESO. Por outro lado, o especialista afirma que a situação do coração e dos vasos sangüíneos prejudicados pelo impacto da gordura dificilmente voltam ao normal. Nesse caso, um médico precisa avaliar a situação.Por isso, além de tratamento para quem já tem a barriga saliente, vale a máxima de que é "melhor prevenir do que remediar". Nesse ponto, se encaixa a necessidade de costumes saudáveis desde a infância. "A obesidade infantil atinge de 12 a 15% das crianças no Brasil", alerta o gastroenterologista José Carlos Pareja. E, segundo ele, a partir dos 12 anos se torna cada fez mais difícil combater os quilinhos a mais - e, consequentemente, a gordura abdominal.Você precisa de mais estímulos para manter um abdome "sequinho"? Então, leia a constatação de Pareja: "Não existem idosos com mais de 100 anos que sejam gordos. As pessoas que atingiram a longevidade, normalmente, mantinham atividades físicas regulares muito acima da média mundial."
Redação Terra